Capítulo
115: Carisma
Tradutor: Guaxinim
Revisor: Aiko-maru
"Não é muito precipitado ir ao Ducado da Águia Prateada
com tanta pressa?" Vela perguntou a Angora depois de transmitir a mensagem
a Miller que eles iam partir no dia seguinte.
A propósito, o mensageiro ficou tão feliz com a escolha de
Angora que imediatamente começou a fazer a dança estranha que aprendeu com os
Jogadores – parecia que o poder da assimilação era, de certa forma, a maior
força dos Jogadores.
“O festival de colheita ainda está longe e, pelo que parece,
o inverno vai continuar por mais vinte ou trinta dias...”. Vela perguntou
confusa: “Não seria muita pressa fazê-lo? Amanhã? Você realmente planeja ficar
lá por tanto tempo só porque sente falta da sua família?”
"É claro que não, eu já estava enjoado dessa vida
restritiva que nem sequer permite o mínimo de liberdade." Angora sorriu e
respondeu cruzando os braços sobre o peito. "O que eu quero é exatamente
dar a imagem de que estamos com pressa."
"O que você quer dizer?" Vela ficou bastante
confusa com o que Angora havia dito. "De qualquer forma, você não é filho
do Grão-Duque? Por que sua vida seria restritiva? Pessoas como você não
deveriam passear pelas ruas com seus lacaios e flertar com donzelas inocentes?"
"Você nos compara com os chamados filhos dos
aristocratas que existem como antagonistas nos romances de cavaleiros? É
exatamente porque o Grão-Duque é considerado alto na escada social, mesmo entre
os nobres, que nós três irmãos fomos ensinados com mais rigor do que qualquer
outra pessoa! Desde a caminhada até a conversa, temos que agir dignamente até
nos mínimos detalhes da vida cotidiana, a fim de não envergonhar a família
Faust…" Angora suspirou e abaixou a cabeça. "Honestamente, é uma dor
total, então esta vida onde que moro nesta cidade foi a mais feliz e relaxada
que já tive."
"É isso mesmo..." Vela não pôde evitar a expressão
feliz que apareceu em seu rosto. "Então por que ter tanta pressa?"
"Para reduzir o tempo que o inimigo tem para se
preparar para a minha chegada... bem, se houver algum inimigo, pelo
menos."
Havia um certo tipo de pessoa que gostava de dar palestras
sobre assuntos que eles conheciam por algum motivo que poderia ser superior ou
apenas porque eles realmente gostavam de conversar.
Muitos antagonistas em animes ou filmes eram esse tipo de
pessoa e parariam logo antes que pudessem matar o partido protagonista com seu
próximo passo e começassem a divagar sobre todos os seus planos do começo ao
fim, e alguns até falavam claramente sobre suas fraquezas para os
protagonistas, antes de finalmente serem mortos pelos personagens principais
que tiveram tempo de se recuperar adequadamente.
Por coincidência, Angora também era esse tipo de pessoa,
mas, felizmente, ele não tinha nenhum hobby de se gabar de seus planos para o
inimigo, e apenas o fazia com seu subordinado mais confiável. “A cidade
pertence a mim e eles devem ter percebido que seria difícil colocar um dedo em
mim depois que os Jogadores se livrassem dos galhos da Sociedade dos Olhos Secretos
nas proximidades. Se eu fosse ao Ducado da Águia Prateada sem nenhum aviso,
seria definitivamente uma boa chance deles tentarem me assassinar lá ao invés
de aqui na cidade!”
"Entendo, então quanto mais cedo e menos sem aviso
prévio partirmos, mais dificuldade terá o inimigo para organizar um assassinato
bem-sucedido!" Vela entendeu imediatamente o que Angora estava tentando
dizer.
O assassinato não era algo que pudesse ser feito com tanta
facilidade. Para realizar um assassinato bem-sucedido, as informações sobre o
alvo eram extremamente importantes – o cronograma do alvo, sua rota selecionada
e até alguns hobbies pessoais do alvo poderiam aumentar drasticamente a taxa de
sucesso!
Se Angora se dirigisse ao Ducado da Águia Prateada logo
antes do festival da colheita, o inimigo teria pelo menos meio mês de tempo
para planejar o assassinato e, embora o plano não fosse à prova de falhas,
ainda seria complexo e extremamente difícil de lidar.
Talvez a morte não tenha significado muito para os outros
Jogadores, porque eles poderiam ser revividos mais tarde, mas Angora nunca
havia morrido antes com o sistema que tinha, então ele não tinha certeza se
poderia ser revivido da mesma maneira.
Apenas para garantir, o melhor curso de ação agora era agir
enquanto o grupo inimigo ainda não estava preparado adequadamente.
“Não apenas isso, mas esse tipo de tentativa de assassinato
apressada também causaria muitas pistas sobre o mentor! Se houver alguém que
queira me matar, juro pelo nome do Deus dos Jogos que o arrastarei para fora
dos bastidores!" Angora respondeu seriamente.
"Mas... não seria muito perigoso se fôssemos apenas nós
dois?" Vela ainda estava um pouco ansiosa com isso.
Como subordinada de Angora, Vela estava focada em ajudá-lo
mais do que em atividades de rastreamento e treinamento nas masmorras, ela
estava apenas no Nível 14, com mais ou menos 15% antes de atingir o nível em
que poderia mudar de classe.
"Claro que não, vamos recrutar Jogadores como nossos
guarda-costas!"
Angora sorriu, como se ele tivesse tudo ao seu alcance.
"Não se preocupe, com minha reputação e carisma, definitivamente poderei
recrutar uma party de trinta pessoas sem nem mesmo suar a camisa!"
☆
[Número de Jogadores que aceitaram a missão de guarda: 0]
Olhando para a página do sistema à sua frente e a lista de
nomes vazia, as mãos de Angora tremeram um pouco. "Porra, por quê?!"
"Porque todos os Jogadores que gostam de se aventurar
já foram explorar a área ao redor da cidade." Edward, que havia chegado
com a conclusão de uma de suas missões, respondeu rapidamente. "Todos os
Jogadores que ficaram para trás na cidade querem viver uma vida estável, então
não aceitarão essa missão que durará dez dias."
"Marni? Ele aceitaria a missão, não?"
"Ele foi envenenado até a morte em um banquete em
Lancaster, e está reclamando das táticas secretas de seus concorrentes enquanto
espera ser revivido".
"Então ele não poderá mais fazer negócios em
Lancaster?"
"Não, ele definitivamente voltará lá três dias depois e
dirá a eles que aquele que morreu foi apenas um substituto dele ou algo assim e
continuará a fazer negócios como se nada tivesse acontecido, provavelmente. Ele
já havia feito a mesma coisa tantas vezes que as pessoas de Lancaster começaram
a chamá-lo de 'Infinito Wilf'..."
"E você? Você não é o demônio que aceita missões?”
Angora perguntou enquanto ele apontava para Edward. "Por que você não
aceita uma missão tão rara?"
"Isso porque Eleena não gosta de interagir com nobres,
então nosso grupo não planeja aceitar essa missão." Edward abriu os braços
e respondeu, como se ele também estivesse desamparado.
“Eleena...? Oh, a mais forte da sua party?” Ele ouvira Vela
contar a ele o quão forte Eleena era e esfregou o queixo pensativo. "Ela
já foi intimidada por nobres no passado?"
"Não, é porque o pai dela ensinou suas maneiras
aristocráticas desde que ela era pequena porque sua mãe era aparentemente
nobre, então agora ela não quer ter nada a ver com eles por causa de algum tipo
de mentalidade rebelde" Edward respondeu enquanto mastigava alguns pedaços
de pão. "Agora, se você me dá licença, tenho algumas outras missões para
completar..."
"Espere, não vá ainda." Angora apoiou o queixo com
os dedos entrelaçados e encarou Edward, fazendo o último sentir um arrepio na
espinha.
"O que?"
"Se eu conseguir convencer Eleena, sua party poderá vir
me ajudar?" Perguntou Angora.
Edward considerou um pouco, e pensou que se Angora pudesse
convencer Eleena a aceitar, não seria um mau negócio ficar do lado bom do
senhor, então ele assentiu.
"Bom!"
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