Capítulo
109: Crescimento de Angora
Tradutor: Guaxinim
Revisor: Aiko-maru
O prédio em que Angora morava era o mesmo que as outras
casas da cidade, com paredes limpas pintadas de branco, que contrastavam bem
com as claras telhas vermelhas do telhado que podiam ser vistas sob uma camada
de neve. Juntamente com as plantas sempre verdes que foram plantadas no pátio,
todo o edifício parecia tão delicado e bonito quanto a casa de uma fada, e não
dava a sensação excessivamente extravagante que as mansões dos outros nobres
faziam.
Ao entrar na casa, Miller foi recebido com uma sala de
reuniões meticulosamente mobiliada.
Azulejos em preto e branco foram dispostos em um design
simples, mas bonito, e azulejos dourados que até eram considerados extravagantes
na capital real foram organizados em todo o design, todos os azulejos estavam
polidos a brilhar.
A decoração do interior também era bastante elegante e
refinada – sofás cinzentos e de aparência confortável cercavam a lareira de
madeira preta que estava crepitando com brasas quentes, enquanto tapetes
grossos e luxuosos de veludo estavam no chão. Acima, um lustre de cristal
pendia no teto e lançava um brilho fraco na sala, e embora nenhum desses itens
parecesse tão especial, mas, quando reunidos, eles se complementavam e davam um
ar clássico e especial à sala.
Depois de Vela, Miller foi conduzido à sala, onde conheceu o
senhor da pequena cidade, o filho mais novo do duque da Águia Prateada, Angora
Faust.
Não foi a primeira vez que ele se encontrou com Angora.
Durante o festival da colheita, dois anos atrás, Miller, que
viajava pelo reino, recebeu uma carta de seu pai, pedindo-lhe que voltasse ao
ducado para as festividades. Foi nessa época que ele conheceu esse filho mais
novo do duque.
Naquela época, Angora ainda era um garoto jovem que só se
escondia atrás de seu pai, e apesar de ter maneiras e conduta decentes, mas por
ser bastante recatado e tímido, ninguém pensava que ele era um aristocrata
decente.
Isso desapontou muito vários nobres que queriam ficar do seu
lado bom quando jovem, caso ele se tornasse o próximo duque do ducado, até o
ponto de todos eles expressarem apoio a Cecil Faust. Esta foi também uma das
razões pelas quais Angora foi enviado para ser o senhor desta cidade que estava
no meio do nada...
Miller não esperava, no mínimo, que uma pessoa assim pudesse
florescer nesta cidade atrasada.
Naquele momento, Angora estava sentado atrás da mesa de
mogno com os dois cotovelos apoiados na mesa, apoiando o queixo nos dedos
enquanto examinava Miller, sua expressão estava escondida pela luz de fundo da
janela aberta atrás dele.
Em resposta, Miller sentiu como se estivesse diante de uma
pressão indescritível e sufocante do homem à sua frente, fazendo-o suar frio.
“Caralho, esse era realmente o mesmo jovem inocente de dois
anos atrás?”
Miller havia visitado uma tribo orc nos arredores do
Grão-Ducado de Rimross há um tempo atrás, e o grande xamã lhe disse que:
“Heróis não nascem, são feitos. O que faz alguém se tornar um herói não é
apenas seu próprio talento e capacidade, mas mais ainda suas provações e
turbulências.”
Ele havia descartado completamente essa declaração do xamã.
Afinal, a existência de santas, santos e escolhidos não provava completamente
esta afirmação nula e sem efeito?
Nesse momento, no entanto, ele foi forçado a reconsiderar a
plausibilidade do que o xamã havia dito. Era realmente verdade que provações e
turbulências poderiam estimular o crescimento do caráter em tal grau?
"Eu já te conheci antes, sim?" Perguntou Angora.
"Sim, senhor Faust, nos conhecemos no festival da
colheita."
“Ah, eu lembro agora! Saudações ao seu pai, o Ministro de
Assuntos Militares.”
"Hmm..."
"O que foi? Você pode me dizer o que estiver em sua
mente, já que eu não sou um duque como o meu pai, não precisa ser tão
reservado.” Angora sorriu tranquilizadoramente e continuou: "Sua posição
não será menor que a minha quando você conseguir uma, afinal".
"Bem... meu pai é o Ministro das Finanças..."
"..."
"..."
"Ahem, então saudações ao Ministro das Finanças,
então." Angora corrigiu seu erro como se ele não tivesse cometido isso em
primeiro lugar.
E assim, a pressão na sala diminuiu imediatamente.
Miller, que finalmente ficou mais relaxado, começou a contar
a Angora o motivo pelo qual ele veio a essa cidade, além de entregar a ele uma
carta escrita pelo duque da Águia Prateada, Horan Faust.
"O duque deseja que você possa voltar à capital para o
festival da colheita, ele sente muita falta de você."
“Sinto muita falta do pai também, é claro” respondeu Angora
sem entusiasmo, certificando-se de que o lacre de cera estivesse intocado antes
de cortá-lo com uma faca pequena e tirar a carta de dentro. "Infelizmente,
tem sido um pouco agitado com a cidade ultimamente, entende? Então, acho que
não voltarei tão cedo..."
Na carta, o pai de Angora primeiro expressou seus
pensamentos e alívio na carta que Angora enviou antes, antes de mencionar
vagamente a morte do irmão mais velho de Angora, alertando-o para ter mais
cuidado. Por fim, ele escreveu que desejava que Angora voltasse e o visitasse
durante o festival da semeadura.
Angora não voltaria, é claro. Ele não tinha certeza se
poderia voltar à vida como os outros Jogadores, por isso foi a escolha mais
segura permanecer na cidade onde os outros Jogadores poderiam protegê-lo.
Ele se tornara extremamente cauteloso com as tentativas de
assassinato desde o ocorrido antes de chegar à cidade, e nunca quis
experimentar a sensação de ter sua vida e morte nas mãos de outra pessoa.
Além disso, provavelmente havia pessoas que ainda estavam
esperando uma chance de matá-lo, então ele não tinha motivos para voltar para
casa.
Pensando mais, ele estava realmente em uma situação bastante
embaraçosa no momento.
Sua vida estava em perigo por algum motivo que ele não tinha
ideia, e até agora, ele não tinha ideia de quem era o mentor por trás das
tentativas de tirar sua vida. Agora que seu irmão, o único que sabia a verdade
havia morrido, ele não tinha como dizer a ninguém. Afinal, ele não podia dizer
às pessoas que seu irmão mais velho contratou alguém para assassiná-lo, mas se
matou no processo, quem acreditaria nele? Mesmo aquele que matou seu irmão já
havia sido morto pelos Jogadores, e agora ele não tinha a menor evidência.
Mais preocupante foi o fato de que, se Angora fosse Cecil,
ele provavelmente imaginaria que esse filho mais novo matou o segundo da fila e
estava prestes a matá-lo para conseguir a posição de primeiro e único herdeiro.
Ele definitivamente desconfiaria de Angora e poderia até matá-lo primeiro,
apenas por precaução... as relações familiares em famílias nobres eram tão
finas quanto papel, afinal...
Concluindo, não haveria mérito em retornar neste momento.
Afinal, ele não tinha mais um item de proteção útil como a {Lâmpada Hitman
Genie}...
"Ah, então você não poderá voltar? Que pena!"
Miller assentiu, sua expressão estava um pouco decepcionada.
“Esta jornada deve ter sido difícil para você, então, por
todos os meios, fique por uma noite nesta cidade antes de retornar. Estou ocupado,
então não voltarei..."
[Ding! Missão desbloqueada – encontre os Tsujigiri]
[Recompensa da Missão: Varinha do Espírito Hitman x1]
"...Mas, pensando bem, acho que posso esclarecer minha
agenda."
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